Um indivíduo de 24 anos foi preso após invadir o Cemitério São João Batista e manter o coveiro amarrado e refém por aproximadamente três horas nessa quarta-feira (13) em Pilar do Sul.

Segundo a polícia, o homem estava armado com um simulacro de arma de fogo, faca e três bombas de fabricação caseira.

A ocorrência, que teve início por volta de 9 horas da manhã, mobilizou equipes policiais da região, além do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar, Esquadrão Anti-Bombas, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, SAMU e até do Helicóptero Águia da PM, que trouxe negociadores e atiradores de elite para que, se houvesse necessidade, e em caso de risco eminente da vítima, abatessem o autor.

Após três horas de negociação, Felipe Antunes Proença da Silva, se rendeu e liberou a vítima. Durante esse período, o criminoso detonou uma das bombas e foi o momento mais tenso da ocorrência, mas, apesar do susto, ninguém ficou ferido.

Apesar de abalado emocionalmente, o coveiro José Adilson Francisco, de 54 anos, foi atendido ainda no local pela equipe de socorristas do SAMU e passa bem.

A motivação... Quem é Laura? 

Segundo o boletim de ocorrência, ao adentrar ao cemitério e se aproximar da Capela os policiais visualizaram Felipe com uma faca junto ao pescoço do coveiro, que estava sentado e amarrado, e a todo o momento o criminoso exigia a presença de Laura no local.

A nossa reportagem entrevistou Laura Fernandes, 22 anos, que contou que há 5 anos atrás estudou na mesma classe que Felipe e que, apesar de não terem tido nenhum relacionamento, apenas amizade, ele se apaixonou por ela e, desde então, a persegue. Assista abaixo a entrevista:



Laura, que hoje é casada, disse que, por conta da obsessão de Felipe por ela, teve que se mudar diversas vezes, se esconder em casa de parentes e não pode ter perfil em rede social, que ele a persegue e tenta se aproximar dela.

Laura registrou um boletim de ocorrência e a justiça concedeu uma medida protetiva a seu favor e proibindo Felipe de se aproximar dela.

Anteontem, lamentavelmente, a irmã de Laura, a professora Laís, veio a falecer e na manhã de ontem seria seu sepultamento. Sabedor disso, Felipe se dirigiu ao local para tentar estabelecer um contato com Laura.

Mas algum dos presentes percebeu Felipe dentro do cemitério, no exato instante que o cortejo fúnebre se aproximava do cemitério, e alertou os demais e todos retornaram com o corpo para o Velório Municipal. Laís só pode ser sepultada a tarde, após que todo o caso foi encerrado e Felipe preso.

Coveiro refém

Segundo uma testemunha relatou a reportagem do Pilar News, Felipe chegou em frente ao cemitério e se deparou com um grupo de idosos, entre eles o coveiro Adilson, que conversavam embaixo de uma árvore. Ele sacou de uma arma de fogo e apontou para o coveiro e o obrigou a ir com ele para dentro cemitério. Dentro da capelinha ele fez o coveiro se sentar e o amarrou à cadeira.

Felipe traja uma blusa preta, com capuz e máscara facial preta, e portava uma espécie de mala de violino, onde estava acondicionada as bombas caseiras que ele ameaçava explodir, caso os policiais se aproximassem. Diante disso, foram acionadas as demais equipes das diversas divisões especializadas da polícia para atuar no caso, até o desfecho final, sem ninguém ferido e o criminoso preso.

Com o homem, a polícia apreendeu uma réplica de pistola (simulacro de arma de fogo), uma faca tática Lancer II, com lâmina maior que 30cm, dois aparelhos celulares, um frasco de plástico com inscrição de veneno, que serão submetidos à perícia da Policia Cientifica.

A ocorrência foi registrada na Delegacia de Pilar do Sul pelo delegado Milton Andreoli como sequestro, cárcere privado, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, ameaça e tentativa de homicídio, com as agravantes de ter utilizado veneno e explosivo e de ter causado tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, e o indiciado permaneceu à disposição da Justiça.