O Programa de Monitoramento da Biodiversidade da Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, registrou em fevereiro um grupo de aproximadamente 15 muriquis-do-sul (Brachyteles arachnoides) em uma Área de Alto Valor de Conservação (AAVC), localizada no município de Pilar do Sul (SP). Considerado o maior primata das Américas, o muriqui-do-sul é uma das espécies de primatas mais ameaçadas do mundo, pois restam pouco mais de 1.200 indivíduos em todo o planeta, e está classificado como criticamente ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
A ação que teve início no começo do ano faz parte do Projeto de Conservação de Primatas Ameaçados em parceria com os(as) pesquisadores(as) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Fabiano Melo, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia Florestal, e Camila Rezende, mestranda de Biologia Animal. O objetivo do projeto é contribuir com a geração de informações sobre o uso do habitat da população de primatas, adaptando tecnologias com protocolos e métodos inovadores, como instrumentos decisivos para a conservação de espécies ameaçadas.
"Existiam indícios de que os muriquis-do-sul poderiam ser encontrados nos fragmentos de floresta nativa na região de Pilar do Sul, devido a localização geográfica da fazenda. Logo no primeiro dia do monitoramento experimental realizado pela nossa equipe com o apoio de profissionais da UFV foi confirmada a presença dos animais. Por meio de imagens de drone com câmera termal e câmera digital de alta resolução foi possível encontrar um grupo saudável de muriquis-do-sul, com aproximadamente 15 indivíduos", explica Paulo Ricardo da Silva Rodrigues, coordenador de Meio Ambiente Florestal da Suzano em São Paulo.
Nativo da Mata Atlântica, o primata é considerado um dos maiores "restauradores da floresta", pois pode em apenas um dia dispersar sementes de até oito espécies de plantas, de acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil). Com isso, ajuda a conservar o bioma e a fragmentar matas nativas.
Segundo o coordenador, a presença do maior primata das Américas na região atesta as boas práticas de manejo florestal adotadas pela companhia em suas operações. "A Suzano possui reconhecimento nacional e internacional por suas práticas sustentáveis nas regiões em que atua. A descoberta do muriqui-do-sul nas áreas de conservação da empresa confirma o nosso compromisso com a conservação da biodiversidade e nosso propósito de Renovar a Vida a partir da Árvore", ressalta Rodrigues.
Atualmente, a Suzano dedica mais de 130 mil hectares no Estado de São Paulo à conservação da biodiversidade. As áreas da Unidade de Negócio Florestal de São Paulo (UNF-SP) estão inseridas em diferentes mosaicos de cobertura florestal e abrigam diversas fitofisionomias (tipo de vegetação) dos biomas cerrado e mata atlântica. De modo geral, as áreas da empresa possuem remanescentes capazes de contribuir para a conservação de várias espécies, em especial as endêmicas do bioma ou ameaçadas de extinção.
Parceria
O monitoramento dos muriquis-do-sul faz parte do trabalho de conservação da Suzano que foi iniciado em 2006, em parceria com o Instituto Pró-Muriqui (instituição responsável por organizar as atividades de pesquisa dos muriquis-do-sul). Desde então, a companhia vem buscando novas tecnologias para auxiliar no desenvolvimento do programa. Em 2021, em parceria com pesquisadores(as) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), passou a utilizar drones para auxiliar no trabalho em Pindamonhangaba (SP). "Com novos aparelhos que usam tecnologia avançada, nós conseguimos avaliar a situação do local onde as espécies vivem e registrar os grupos de primatas, com ênfase nos muriquis-do-sul. Desta maneira é possível diagnosticar o território, a viabilidade populacional da espécie e da qualidade do seu habitat", explica Fabiano Melo, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia Florestal da UFV.